Brejão - Ponte sobre o Riacho Seco - Construído pelo prefeito Mário Lira na década de 1930 |
O território do referido sítio, ao tempo da sua compra, começava onde o Repartição faz barra no Rio Mundaú e pelo Riacho acima, se dividia com o sítio do Buraco até o confronto na barra do Riacho Aracá, de onde prosseguia pelo Riacho Repartição até a sua nascente principal e daí até o Riacho Seco, dividindo-se com o sítio do Saco, indo pelo Rio Mundaú abaixo até encontrar a sesmaria dos Burgos, já então propriedade do mesmo comprador e comitando, pelo leste e pelo sul com o Riacho Seco. Esse território quase todo o que compõe o Município de Brejão.
Fonte Pública de Brejão - Inaugurado em maio de 1931 pelo prefeito Mário Lira |
Quando em 1883, a povoação do Corrente, sede do segundo distrito de Garanhuns, dele se desmembrando para tornar-se o seu próprio Município, instalado naquele ano, a povoação da Palmeira (Palmeirina) sede do terceiro distrito a substituiu na categoria, e a do Brejão de Santa Cruz, formada em torno da respectiva capela, passou a sede do terceiro distrito criado naquele mesmo ano.
No distrito composto de um território fertilíssimo para a agricultura, principalmente o café, verificado nas primeiras colheitas deste produto a sua superior qualidade, foram se fundando fazendas que se multiplicaram, o que mais contribuiu para o crescimento da sua população e sua riqueza, assim como para o progresso da sua sede, o que muito facilitou a sua emancipação.
Pela Lei número 3.337 de 31 de dezembro de 1958, o Distrito foi desmembrado de Garanhuns, transformando-se em Município autônomo em 1º de março de 1962, com o seu prefeito provisório, o cidadão José Custódio das Neves, que o governou até 15 de novembro do mesmo ano, quando passou o governo ao primeiro eleito Luiz Ferreira de Barros.
A Comarca de Brejão, também criada pela citada Lei, foi instalada, solenemente, pelo seu primeiro Juiz de Direito, o Dr. Jáder Jordão de Vasconcelos, aos 8 de junho de 1962, abrilhantada com a presença de muitos cidadãos de grande relevo social, que foram: O Dom José Adelino Dantas, Bispo da Diocese de Garanhuns; Pedro de Souza Lima, Prefeito do Município de São João; Dr. Edgar Bezerra Leite, Deputado Federal; Dr. Uzzae Canuto, e muitos outros; e do novo Município os cidadãos: José Custódio das Neves - Prefeito; Dr. Jairo Rocha Ferreira - Promotor Público; Boanerges Cerqueira, delegado de Polícia; Mário da Silva Souto, Abelardo Ramos da Costa, e muitos outros.
O referido Juiz de Direito, já no dia 4 do mesmo mês, havia empossado os serventuários seguintes: Francisco Ferreira Lopes - Tabelião; Sebastião Cavalcanti - Oficial do Registro Civil; José Dias da Silva; Marcelon Teixeira de Araújo - Partidor e Contador; e Pedro Viana de Carvalho - Oficial de Justiça e Porteiro dos auditórios.
D. Maria do Espírito Santo - A primeira mulher eleita vereadora no município de Brejão em 1962 |
Realizadas as eleições delas saíram eleitos os candidatos seguintes: para o cargo de prefeito - Luiz Ferreira de Barros, com a maioria de três votos sobre o seu competidor José Dias da Silva, o que ficou demonstrado o real valor de ambos, no conceito dos eleitores. Para vereadores: José Osório de Barros, Horácio Eulálio Rodrigues, Antônio Lopes Ferreira, Mário da Silva Souto, Agilberto Bento de Moraes, Manoel Barbosa Calado, Maria do Espírito Santo, Valdomiro Siqueira Pinto e Joaquim Fausto Sobrinho.
A posse de todos os eleitos foi realizada em 15 de novembro do mesmo ano e a Câmara dos Vereadores foi assim organizada: Presidente - Mário da Silva Souto. Vice-presidente - José Osório de Barros. Primeiro e segundo Secretário - Agilberto Bento de Moraes e Antônio Lopes Ferreira, respectivamente. Pouco tempo depois, para assumir um cargo na Superintendência da SUDENE, o primeiro secretário renunciou à sua cadeira sendo substituído pelo suplente Teotônio Ferreira dos Santos.
Alfredo Leite Cavalcanti / História de Garanhuns Volume II - 1973
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